Quando chega a época das chuvas intensas, Katia Jesus de Oliveira começa a fica preocupada. O riozinho próximo à sua casa costuma encher e sua casa é inundada, mesmo com a proteção dos degraus altos na porta de entrada.
A família é formada por: Lorena (8 anos), Kauan (10 anos), Wesley (16 anos), Robson (19 anos), Rubia (21 anos), Greice (22 anos) e Gilson (23 anos). Depois de um grave histórico de violência doméstica, Kátia tomou coragem de se separar para cuidar dos sete filhos e foi morar numa casa de dois cômodos no Parque Santo Antônio, zona sul de São Paulo.
Quando chegam as enchentes, o espaço mais prejudicado é o banheiro. As paredes estavam descascadas, a parte elétrica não funcionava direito, deixando o ambiente escuro. “Tudo o que eu mais queria era colocar azulejos nas paredes para ficar mais fácil de limpar quando a água entra em casa”, desabafa. O revestimento do piso estava quebrado, deixando elevações que causavam acidentes envolvendo os filhos mais novos.
“O teto estava horrível. A gente tomava banho e molhava a cozinha”, relembra. Com uma abertura embaixo da porta e sem encanamento na pia, a família improvisava com um balde embaixo dela para que a água da torneira não molhasse o chão.
O início da transformação
Essa história começou a mudar quando Kátia conheceu a Vivenda por meio do CIEJA Campo Limpo (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos), escola que recebe jovens e adultos. Seu filho Wesley tem epilepsia e é atendido pela escola. Como a unidade tem uma proposta educacional bastante inclusiva, os diretores e funcionários tem uma relação próxima com as famílias. A equipe pedagógica logo identificou que a família se enquadrava requisitos de vulnerabilidade e que uma reforma poderia reduzir os riscos em que se encontravam.
Kátia foi contemplada pela rede #GeneroCidades da Vivenda que, com o apoio de parceiros, custeia reformas para pessoas em situação de vulnerabilidade. “Nem acreditei quando soube. Foi difícil confiar que a mudança estava acontecendo comigo, já que não teria condições para pagar a reforma toda”, se recorda.
Por conta do acompanhamento médico contínuo que Wesley necessita para a epilepsia, Katia precisou deixar o emprego fixo por conta das constantes faltas ao trabalho. Dessa forma, a renda familiar é composta por alguns trabalhos esporádicos que ela realiza, junto com o salário de dois dos filhos mais velhos e pelo auxílio do Bolsa Família. “Eu só tenho a agradecer o projeto muito, muito, muito, imensamente por essa reforma que eu ganhei. Que Deus abençoe a todos, não só a mim, mas a todos que estão recebendo as reformas porque aqui nós passamos dificuldade mesmo. Quando vem a enchente, a gente perde tudo”, disse.
O cantinho mais bonito da casa
Kátia fez questão de escolher um revestimento branco em todas as paredes e um piso de cores claras para conseguir limpar com mais facilidade quando viessem as enchentes. “Agora tem azulejo que evita que entre água nas paredes e fica fácil de limpar quando inunda porque vem água, esgoto, agora ficou muito melhor”, conta. Antes localizado ao lado da porta, agora o chuveiro foi instalado em um novo lugar para não molhar o cômodo ao lado. Foi colocada uma janela onde antes havia trechos vazados na parede, motivo constante de reclamação dos filhos pela falta de privacidade. “Ninguém podia lavar roupa do lado de fora na hora que alguém estivesse no banheiro porque dava pra ver tudo”, relembra Kátia.
Foi instalado o forro para cobrir as tubulações que ficavam aparentes no teto e Lorena, a filha mais nova, não tem dúvidas de que foi a mudança que mais gostou: “Eu amei o forro porque antes tinha medo de usar o banheiro e olhar para o teto, agora não tenho mais”.
Katia enumera os benefícios que a reforma trouxe para sua família. Quando questionada sobre o ambiente favorito não houve dúvidas: “Eu amei tudo, ficou tudo perfeito, maravilhoso, principalmente o teto e agora tenho um banheiro limpo. Meus filhos amaram. A parte mais bonita da casa agora é o banheiro”.