Quando a residência vira um risco à saúde da população vulnerável

Artigo do Estadão conta algumas ações da Vivenda para apoiar famílias em situação de vulnerabilidade em tempos de pandemia do novo coronavírus.

Um terço da população mundial urbana vive em favelas e assentamentos informais; nos últimos anos, registrou-se um aumento no número absoluto de residentes em favelas, indo de 689 milhões (1990) para 880 milhões em 2014, de acordo com a ONU-Habitat. Ficar em casa, em isolamento social, para uma parcela significativa de pessoas no planeta, já configurava um risco à saúde; agora, a prática se une ao risco do coronavírus. 

Na Tese de Impacto Social em Habitação ficou evidente o alerta sobre a relação clara entre habitação e saúde. Há inúmeros brasileiros que habitam casas insalubres e estão lidando com doenças pré-existentes, sendo que uma parcela considerável convive com problemas respiratórios, compondo um grupo de risco de pessoas com déficit de função pulmonar (bronquite e asma, por exemplo).

A presença de mofo nas residências é apontada pelos especialistas como uma das causas das doenças respiratórias responsáveis por disparar crises de alergia respiratória que podem derivar em complicações graves de saúde. 

O risco para a saúde é ainda maior porque muitos habitantes dividem o mesmo cômodo – espaços sem ventilação, compartilhado por um número grande de pessoas. Na prática, a recomendação de manter os ambientes arejados e conter a disseminação do vírus mediante o afastamento de um membro da família com sintomas não é exequível pela alta concentração de pessoas dentro e fora das casas.

Comunidade do Jardim Ângela, periferia da zona sul de São Paulo. Foto: Marco Torelli

O olhar sistêmico para a solução

Transformar a habitação insalubre ou inadequada em um ambiente seguro, digno, confortável e saudável representa uma faísca de transformação que impacta positivamente pessoas, famílias e a cidade como um todo – sobretudo em um momento de pandemia. Os problemas relacionados à moradia são antigos e complexos, por isso demandam esforços conjuntos de toda a sociedade.

Cuidar da “saúde das habitações” pode salvar vidas e devolver a dignidade à população menos favorecida economicamente. No País, empreendedores têm desenvolvido soluções inovadoras e acessíveis, relacionadas diretamente às dores de moradia que afligem a população nas periferias. São eles que, antes, durante e pós-pandemia, auxiliam esses brasileiros a lidar com a complexidade do problema.

Com o lema “a mudança vem de dentro”, a Vivenda já atendeu mais de 5.600 pessoas desde 2014 por meio de reformas residenciais – é um desses exemplos. Fundada por Fernando Assad, Marcelo Coelho e Igiano Lima, a empresa já conduziu obras nas periferias de São Paulo, em regiões como Capão Redondo, Jardim São Luís, Jardim Ângela, Campo Limpo, Cidade Dutra e Grajaú. Assad afirma que a realidade para muitas famílias que residem em habitações precárias é decidir entre correr para a rua ou permanecer em casa. Em ambas situações, “o bicho pega”.

O negócio, nesse momento, está conduzindo uma iniciativa de auxílio a essas famílias: os empreendedores têm entregado alimentos e outros itens essenciais aos beneficiários de maior vulnerabilidade, em parceria com a ONG Bloco do Beco e apoio do Instituto Vedacit.

A Vivenda também pausou o financiamento de clientes que compraram reformas – um caminho para ajudar a preservar a renda familiar durante a crise. A empresa vai, ainda, veicular em suas redes sociais as melhores práticas para evitar o contágio do coronavírus dentro de casa, como forma de disseminar dicas importantes. 

É papel de todos os atores da sociedade civil e instâncias do governo projetar mecanismos que reduzam a exclusão e a vulnerabilidade social tanto durante, quanto pós-pandemia.

Confira o artigo completo publicado no Blog do Empreendedor do Estadão no dia 29/04/2020.